sexta-feira, 21 de maio de 2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

BANG BANG VRUM VRUM

Objectos. Apenas isso. Objectos.

São de vidro e plástico, borracha, ferro. Trazem consigo a memória de outros tempos. A Alma. No seu interior, longas viagens marítimas percorridas por uma criança viking, a conquista de territórios e lutas entre peles-vermelhas e caras-pálidas. Ou o frémito do lançamento de coloridas e pequenas bolas de vidro, que saltitavam entre três covas escavadas na terra ocre. Algures, de uma janela, o som de um alegre sapo que apresentava os seus convidados. Olho o céu e vislumbro o rasto de um foguetão a caminho da Lua, tripulado por um jovem jornalista e acompanhado pelo seu fiel amigo. O volante que hoje seguro, vezes sem conta, não é mais do que todos aqueles que acariciei em infinitos trajectos, quando o mundo era ainda gigante. Recordo os sons... Bang…! Bang!... vrum… vrum… vruuumm… clack… clock… clack… clock… paf… pof… it’s the Muppet Show e delicio-me com o sabor acriançado dos gelados que me traziam sempre um sorriso-boneco. Tornaram-se, aos poucos, simples ecos substituídos pelo respirar adulto de quotidianos anónimos, mecânicos. Tão impessoais. Tão transmissíveis.

O sonho da vida vivida.