terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Autorretrato


4 comentários:

Sorriso disse...

É o teu rosto que encontro. Contra nós, cresce a manhã, o dia, cresce uma luz fina. Olho-te nos olhos. Sim, quero que saibas, não te posso esconder, ainda há uma luz fina sobre tudo isto. Tudo se resume a esta luz fina a recordar-me todo o silêncio desse silêncio que calaste. Pai. Quero que saibas, cresce uma luz fina sobre mim que sou sombra, luz fina a recortar-me de mim, ténue, sombra apenas. Não te posso esconder, depois de ti, ainda há tudo isto, toda esta sombra e o silêncio e a luz fina que agora és.

José Luís Peixoto, in 'Morreste-me'

lapsus disse...

Sorriso,

Obrigado pelas palavras. Um texto forte. Que mais dizer?

Boas Entradas.

Sorriso disse...

Bom ano. Assim, com essa luz.

Anónimo disse...

Gosto, muito!!!
Que bom sinal ver este autorretrato.
Beijinhos do norte.